sexta-feira, 11 de julho de 2014

Reflexão: Um olhar sobre o AEE

Por que olhar por partes, sem antes compreender o todo? Porque enxergar a deficiência, antes mesmo de saber mais sobre aqueles que não andam, não enxergam ou não ouvem? Porque apontar o que o outro não pode fazer, antes de perguntar o que ele tem a oferecer?


São perguntas interessantes e que nos levam a refletir que para enxergar o todo, o ser humano por completo, é preciso primeiramente sensibilidade e olhar com os olhos do coração, depois tomar conhecimento que “o essencial é invisível aos olhos...” como dizia o pequeno príncipe. Sabemos que historicamente é mais fácil enxergar a deficiência e a carga de empecilhos que ela carrega, foi assim que a inclusão das pessoas com deficiência tornou-se resultado de séculos de lutas e sofrimentos. Mesmo sabendo que é mais fácil observar aquilo que está em nosso campo de visão, estamos trilhando para um novo momento na história onde as pessoas com deficiência estão tendo o direito de serem observadas, compreendidas e incluídas em suas necessidades. A partir do texto o modelo dos modelos, é possível perceber a necessidade das mudanças diante das coisas e das situações a partir do modo como elas se apresentam, é necessário enxergar além, ter sensibilidade para novas descobertas, ampliar seu campo de visão. Isso é possível perceber no trecho abaixo:

A regra do senhor Palomar foi aos poucos se modificando: agora já desejava uma grande variedade de modelos, se possível transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas realidades distintas, no tempo e no espaço. [...] Analisando assim as coisas, o modelo dos modelos almejado por Palomar deverá servir para obter modelos transparentes, diáfanos, sutis como teias de aranha; talvez até mesmo para dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio.

Ainda é recorrente na comunidade escolar  “apontar o que o outro não pode fazer, antes de perguntar o que ele tem a oferecer?”. O Atendimento Educacional Especializado, ele tem um grande desafio no sentido de enxergar a potencialidade do aluno e ampliar suas habilidades buscando apoio na comunidade escolar e na família para que os alunos superem os obstáculos que a vida apresenta. No entanto, para que aja êxito é preciso....

Neste ponto só restava a Palomar apagar da mente os modelos e os modelos de modelos. Completado também esse passo, eis que ele se depara face a face com a realidade mal padronizável e não homogeneizável, formulando os seus “sins”, os seus “nãos”, os seus “mas”.

Portanto, o AEE tem como uma de suas missões enxergar a pessoa e não a sua deficiência, suas potencialidades e não suas debilidades e oferecer oportunidades de aceitação e de crescimento delas.



Um comentário:

  1. Muito bem Luzivete, seu texto foi bem construído e embasado nos temas abordados durante o curso. Abraços, Sandra.

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